Fantasporto 2021 – Os Filmes – Parte 2/2.

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Continuamos com a divulgação da programação do Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto, edição 41, ou de desconfinamento, que excessionalmente terá lugar no Hard Club.

Uma vez que os bilhetes estão à venda na ticketline, vou pôr o link para a bilheteira de cada sessão. E podem comprar o livre-trânsito aqui. Aproveitem para ir ao cinema e apoiem o Fantas.

Já sabem que, após cada sessão, podem encontrar aqui a apreciação/crítica e classificação de cada um dos filmes exibidos.

5ª FEIRA, 29 ABRIL

13:30 • PRÉMIO CINEMA PORTUGUÊS – MELHOR FILME – “A Mulher Sem Corpo

António Borges Correia – 80’ (Port)- PCP- ANTESTREIA MUNDIAL. – v.o. falado port | Bilheteira

A Mulher Sem Corpo é um ser invisível, vítima de violência doméstica. Conhecemos a sua história através de Joana, uma dupla que habita os locais por onde a mulher passou.  A fobia social fê-la fugir da família e do passado. 

Apreciação: “A Mulher sem Corpo” é uma muito competente prova de que se pode fazer muito com pouco, bastando ter criatividade. Com uma estória sóbria e até prevísivel, não há um único momento de tédio neste filme, graças à sua brilhante fotografia. Não só em termos de iluminação, mas principalmente de movimentos de camera que criam composições interessantes e com efeitos dramáticos reais. Sejam os travelings em perseguição subjectiva nas ruas ou os planos holandeses no interior da pensão, tudo resulta para dar dimensão a esta estória de uma mulher abusada, maltratada e ferida, que tenta sobreviver com medo (ou a medo?). Destaque também para a realização eficaz de António Correia e para as interpretações, principalmente a de Anabela Brígida.

Classificação: ★★★★

15:30 • “The Trouble with Being Born

Sandra Wollner – 94’ (Austria/ Alem) CF- drama, sci-fi – v.o. leg ingl | Bilheteira

Elli é uma androide com forma de criança e com memórias que valem muito para o seu dono mas pouco para ela. Esta é a história sobre o que os humanos pensam sobre a perda, a morte, a solidão e as relações humanas.  O filme recebeu o Prémio Especial do Júri do Festival de Berlim da secção Encounters, e foi seleção do Festival de San Sebastian e Bergen, entre outros. 

Apreciação: Um dos filmes mais fracos (e chatos) do festival. Não há paciência para tanta contemplação, planos infindáveis e parados, alguns estão lá só para criar número e não avançam em nada a narrativa. Uma estória que serviria perfeitamente para uma curta metragem, que aqui é esticada até à exaustão. E o formato 4:3 que não ajuda em nada a dar à narrativa alguma expressão. Mais uma hora e meia que parecem três…

Classificação: ★★★★★

17:30 • “Dinner in America

Adam Rehmeier – 108’ (EUA)- SR- drama – v.o. fal. ingl | Bilheteira

Um rapaz vive de expedientes. Uma jovem inadaptada e pouco inteligente. Os dois encontram-se e iniciam um percurso pelos problemas dos subúrbios da América. Um conto sobre uma juventude sem valores nem futuro, a obsessão e o desenraizamento, ao encontro do amor. Produzido pelo conhecido Ben Stiller, o filme foi Prémio de Público no Festival de Neuchatel e premiado nos festivais de Odesa e Virgínia, sendo seleção de Sundance. 

Apreciação: “Dinner In America” é uma proposta interessante, irreverente q.b., bem humorada, mas que acaba infelizmente por se revelar inconsequente. Haveria aqui potencial para criar algo de único, mas não é irmão Cohen quem quer, e o estilo é algo que tem de ser natural. Aqui, esta irreverência parece forçada a espaços, o que lhe retira força e autenticidade. Destaque para a interpretação de Emily Skeggs e algumas presenças conhecidas, como Lea Thompson e Mary Lynn Rajskub.

Classificação: ★★★★★

20:00 • “Preparations To Be Together for an Unknown Period of Time” / “Felkészulés

Lili Horvát – 95’ (Hungria) SR- drama, romance – v.o. leg ingl | Bilheteira

Márta, uma neurocirurgiã de 40 anos, apaixona-se e decide deixar a sua carreira brilhante nos Estados Unidos. Chega a Budapest para iniciar uma nova vida com o homem que ama. Mas o encontro marcado com ele na Ponte da Liberdade não acontece. Uma história de amor, irresistível e inevitável, já vencedora do Prémio do Júri no Festival de Filadélfia e prémios nos Festivais de Valladolid e Varsóvia.

Apreciação: A Hungria tem marcado presença sólida e assídua em edições recentes do Fantas, e este ano volta com boas apostas. Esta é bastante interessante, até porque acaba por não ser nada do que se estava à espera. Não é natural vir ao Fantas para ver um romance, principalmente um que demora a assumir-se como tal. Brinca um pouco ao thriller, faz um charme ao suspense, mas não passa de uma interessante e sólida estória de amor. Bem interpretado, bem realizado e com uma fotografia cativante, foi uma boa e terna surpresa.

Classificação: ★★★★

6ª FEIRA, 30 ABRIL

13:30 • PRÉMIO DE CINEMA PORTUGUÊS – MELHOR FILME “40 Anos de Fantasporto

Isabel Pina – 110’ (Port) PCP – ANTESTREIA MUNDIAL- documentário- – v.o. falado. port. e ingl. | Bilheteira

Na celebração dos 40 Anos do Fantasporto, Isabel Pina entrevistou dezenas de pessoas em todo o mundo, desde os fundadores, aos realizadores e profissionais que no evento iniciaram as suas carreiras.

Apreciação: Na edição 40 do Fantasporto foi exibida uma versão ‘work in progress’ deste filme. Na altura, escrevi o seguinte:

“Documentário muito particular e inacabado, que visa sobretudo acarinhar e parabenizar os autores do festival pelo 40º aniversário. Começa num registo interessante, com um mestre de cerimónias animado a começar a desfiar a história do Fantas. O problema é que essa história está pouco ou nada documentada e não é minimamente aprofundada. Rapidamente começa o desfile de amigos, convidados e público do fantas a explicar as suas ligações pessoais com o festival, as suas memórias e elogios ao casal organizador. Como documentário, é pouco jornalistico e muito mais pessoal e emocional. (…) No resto, preferia saber mais sobre os bastidores, as dificuldades, os triunfos, as histórias caricatas (sei algumas, de certeza há muitas mais), mas de certeza não faltarão oportunidades no futuro. Aqui, ficamo-nos pela festa de aniversário e nada me resta a fazer, como assíduo do festival há 28 anos, do que juntar a minha voz ao coro de parabenização, e desejar mais 40 anos de (menos) luta.”

Ora, tudo o que está escrito acima, continua válido para a versão ‘pronta’ do filme. Apenas retirei a parte em que falava de algumas questões técnicas que aqui não se verificam. No geral é um filme simpático e carinhoso, mas que só terá verdadeiro interesse para frequentadores e simpatizantes do Fantas…

Classificação: ★★★★★

(ainda não há trailer para este filme)

16:00 • “O Cemitério das Almas Perdidas

Rodrigo Aragão – 95’- Brasil – CF- horror- v.o. falado port, leg ingl | Bilheteira

Um barco no meio da tormenta é salvo pela invocação de um homem, Cipriano. Os marinheiros chegam a uma terra e matam os nativos. Mas uma mulher sobrevive. Do realizador de “A Mata Negra”.

Apreciação: Na edição de 2019 do Fantasporto, escrevi sobre o filme anterior de Rodrigo Aragão, “A Mata Negra“. Podem ler essa apreciação aqui. É curioso que, dois anos depois, o seu sucessor tenha exactamente os mesmos problemas: mau argumento e personagens, em contraste com boa direcção artística, bons efeitos especiais e banda sonora. Aragão deveria delegar a escrita dos seus filmes a quem percebe mesmo do assunto.

Ontem, estava a ouvir uma entrevista de Mike Flanagan no podcast do Mick Garris em que ele dizia que se a um filme de terror lhe tirarmos os elementos do género, o que resta deve sustentar o filme como um bom drama. Ora, se a “O Cemitério Das Almas Perdidas” retirarmos os elementos de terror, não resta absolutamente nada, o que é o mesmo que dizer que não há nada no filme que sirva de identitário com o espectador. E era fundamental que isso acontecesse.

Classificação: ★★½★★

18:00 • “In the Quarry” / “En el Pozo

Rafael e Bernardo Antonaccio – 82’ (Uruguai) SR- drama, thriller – v.o. leg ingl | Bilheteira

Uma rapariga leva o namorado da cidade a conhecer os seus amigos do lugar onde cresceu.  Acampam todos junto às águas enganadoras da pedreira abandonada num belo dia de sol. Vencedor do Prémio Melhor Filme no Festival de Cinema Latino Americano.

Apreciação: Mais uma vez, um filme sem qualquer tipo de legendas (quando diz no programa que teria legendas em inglês), falado num espanhol da américa latina muito complicado de entender (também porque, como já disse anteriormente, o som dentro da sala não é o melhor). Portanto resta aquilo de que posso falar, a boa fotografia, interpretações interessantes e bom ritmo narrativo (embora se tenha pescado pouco da narrativa).

Classificação: ★★★★★

20:00 • “Post-Mortem

Péter Bergendy – 115’ (Hung)- CF – fantástico, horror-  v.o. leg ingl | Bilheteira

Um fotógrafo faz fotografias de família com os seus mortos, como era costume na época. Chegado a uma aldeia, vivem rodeados de fantasmas assustadores. Este é o primeiro filme de horror húngaro, rivalizando com as grandes produções americanas, a lembrar também grandes clássicos como o soviético “Viyi”. 

Apreciação: Finalmente, um filme de terror como deve de ser. Já não me lembrava da última vez que me arrepiei a ver um filme de terror, mas aqui aconteceu várias vezes, e sempre com uma intensidade e duração dignas de nota. “Post Morten” é inteligente, envolvente, bem escrito e interpretado e com uma direcção artística de época muito eficaz. Tem excelentes efeitos especiais e momentos de tensão e horror muito bem executados e eficazes. Dificilmente não será o melhor filme desta edição do Fantas.

Classificação: ★★★★★

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Descrição gerada automaticamente

2ª FEIRA, 3 MAIO

12.00 • S.O. CURTAS-METRAGENS COMPETIÇÃO C. FANTÁSTICO – 160’ – v.o. leg ingl

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(A ordem de exibição dos filmes pode não ser a abaixo referida)

Dar-Dar” – Paul Urkijo Alijo – 10’ – Esp

Zealandia” – Bruno Du Bois – 15’   (N.Zelândia/ Bélgica)

Pandora” – Matthias Lerch – 6’59’’ – Alem – WP – animação

Regarde Ce Que Tu As Fait!” – Monica de Almeida – 9’58’’ – Suiça

Conversaciones con un Mono” –  Grojo – 15’ – Esp – animação

[Out of Sync]” – Sasuke Sayama – 14’ 10’’ – Jap

Rutina: La Prohibición” – Sam Orti – 8’ – Esp – animação

3 Murs & un Toit” – Mathilde Dugardin, Orane Laffra, Hugo de Magalhães, Wassim El Hammami – 9’10’’ (Fra) – animação

Tongue with Capers# – David Mataró – 15’ (Esp) 

Carmentis” – Anthony Webb – 15’ (Australia)

Abracitos” – Tony Morales – 10’58’’- Esp

Out At Night” – Christopher Hewitt – 15’(Reino Unido)

No Podrás Volver Nunca” – Mónica Mateo – 14’- Esp

15:15 • “The Funeral Home” / “La Funeraria

Mauro Iván Ojeda – 86’ (Arg) CF – fantástico, horror – v.o esp, leg ingl | Bilheteira

Bernardo e a sua família vivem da casa funerária que está instalada na sua casa.  Na parte da frente, os clientes. Apesar de uma vida quotidiana muito estranha, agora têm de descobrir a nova verdade. Mais um filme com a vitalidade do cinema argentino, muito original e criativo. 1ª longa-metragem do realizador.

Apreciação: Ainda há dias, acerca de “Cadáver Exquisito“, disse que não me lembrava de ter visto um filme argentino de que não tivesse gostado. Pois bem, agora lembro-me deste “La Funeraria”, filme que até prometia no começo, com alguns planos interessantes, mas que depois se perde na sua própria narrativa, que nem ele próprio entende bem, e nem lhe apanha o ritmo. O filme torna-se uma sucessão de acontecimentos desconhexos, que nunca prende prendem o espectador à narrativa ou aos personagens. Culmina numa cena de ballet tão inusitada quanto mal executada. A evitar.

Classificação: ½★★★

17:15 • “Fight Club

David Fincher – 139’ (EUA)- 1999- FILMES DE CULTO- drama – v.o. leg port | Bilheteira

Sem arranjar solução para a falta de sono, o Narrador (Edward Norton) encontra alguma paz na dor e lágrimas dos outros.  A sua amizade com Tyler Durden (Brad Pitt) torna-se numa mola para tudo. Um filme para toda uma geração, do diretor de “Se7en”, vencedor do Grande Prémio do Fantasporto em 1996.

Apreciação: Aos 22 anos “Fight Club” continua fresco e pertinente. Se calhar, até mais do que era quando estreou. O filme de David Fincher, baseado no primeiro romance de um dos meus escritores preferidos, Chuck Pallaniuk (há anos que salivo por adaptações de “Invisible Monsters” ou “Survivor“), é um tour de force narrativo, frenético e objectivo, um murro na mesa do sistema capitalista em que vivemos. Brilhantemente executado a todos os níveis, foi um prazer revê-lo em sala (mesmo que improvisada), algo a que o Fantas Classics nos tem acostumado.

Classificação: ★★★★★

20:00 • “Suicide Forest Village

Takashi Shimizu – 116’ (Jap) – CF – horror, fantástico – v.o. leg ingl | Bilheteira

Duas meninas são recolhidas perto da floresta dos suicidas.  Anos mais tarde, debaixo da casa onde agora vivem, encontram uma caixa estranha que vai dizimando os que entram em contacto. A resposta está na floresta. Do realizador de “Howling Village”, apresentado no Fantasporto 2020

Apreciação: Pelo segundo ano consecutivo o grande prémio do Fantas vai para um mediocre filme japonês, com muito melhores filmes a merecerem mais o prémio. Este ano o escândalo é ainda maior, pois tivemos o fabuloso “Post Mortem” (podem ler a crítica mais acima), um dos melhores filmes de terror da memória recente do festival. “Suicide Forest Village” quer ser demasiadas coisas ao mesmo tempo e vai buscar inspirição a vários sítios, sem nunca conseguir que ela se encaixe de forma homogénea. O filme parece um mosaico de influências e narrativas, mas ainda vai buscar todos os clichés do género, que desfila sem se preocupar em disfarçá-los ou contrariá-los. Torna-se confuso e chato, a ponto de alguns habitués do festival não terem aguentado até ao fim. E fizeram bem, porque o desfecho está à altura de tudo o resto. A única coisa que o salva, são alguns efeitos especiais interessantes no terceiro acto, mas que em vez de servirem a narrativa, se sobrepoem a ela, tornando o filme ainda mais disléxico e insuportável. Mais um grande prémio para esquecer.

Classificação: ★★½★★

3ª FEIRA, 4 MAIO

11:30 • “Get The Hell Out

I-Fan Wang – 96’ (Taiwan) CF- comédia, horror, zombies – v.o. leg ingl | Bilheteira

Uma mulher é eleita membro do Parlamento cuja fama é ser palco de grandiosas cenas de pancadaria. Burlesco, sangue a jorros, zombies, um delírio de sátira e exagero, ao modo da manga japonesa. Selecção dos festivais de Sitges e Filadelfia. 1ª longa-metragem do realizador.

Apreciação: Este é aquele tipo de filme japonês para o qual já não há paciência. É feito em Taiwan, mas é baseado numa manga, tem um visual televisivo japonês, cheio de popups e gráficos a aparecerem por todo o lado no ecrã, frenético, com piadas já muito batidas, etc. Para quem fez agora 18 anos e vai pela primeira vez ao Fantas, até pode ter algum interesse. Para quem já vai para o seu 30º Fantasporto, não.

Classificação: ★★★★

13.30 • Tin Can

Seth A. Smith – 105’ (Can) CF- horror, sci-fi- – v.o.  fal. ingl | Bilheteira

Num mundo dominado por uma praga, uma investigadora especialista em parasitas faz uma descoberta importante. No entanto, acaba prisioneira numa cápsula que lhe sustenta a vida. Para escapar, tem de destruir o último da sua espécie e construir uma raça nova. Selecção do Festival Sitges 2020

Apreciação: Filme bem construído, com excelentes valores de produção, mas chato como o raio. Ritmo muito lento e estória que dava para encher uma curta de 20 minutos, arrasta-se e dá-nos cabo da paciência. Há momentos em que parece que vai avançar, mas parece que não encontra forma de progredir e fica ali a rodar em círculo. E é uma pena porque haviam aqui meio técnicos e humanos para fazer algo em condições.

Classificação: ★★★★★

16.00 • “O Leopardo” (“Il Gattopardo”)

Luchino Visconti – 186’ (Ita/Fra) – 1963- FANTASCLASSICS – drama v.o.leg port | Bilheteira

Por volta de 1860, na Sicília, a aristocracia moribunda luta por se manter viva contra os ataques constantes. Com Burt Lancaster. O seu Príncipe de Salina é o verdadeiro aristocrata que conhece o seu lugar e a dignidade e integridade que se espera dele, contudo incapaz de aceitar os ventos da modernidade sem os valores do antigamente. Uma obra-prima do cinema de Visconti.

Apreciação: O Fantas Classics serve-me para duas coisas: rever filmes que já não vejo há muito tempo, ou em cópias restauradas, ou até que nunca vi no cinema, e, principalmente, preencher aquelas lacunas que tenho enquanto cinéfilo. “Il Gattopardo” encaixa-se nesta segunda categoria. Nunca o tinha visto e provavelmente nunca o conseguiria ver em casa, pelo menos de uma vez só. E é assim que ele deve ser visto, em grande e de uma vez. É uma obra do fôlego de um padrinho, por exemplo, até porque tem muitos pontos em comum com o filme de Coppola, como o facto de se passar na Sicilia , e ter a música de Nino Rota. Mas é um clássico de pleno direito, com um elenco excelente e em estado de graça, uma fotografia de tirar o fôlego e uma mise en scéne com uma atenção ao pormenor como raramente vi. Além disso, tem uma excelente estória, algo que achei que faltava em “Morte Em Veneza“. Como último pormenor, nos créditos iniciais reparei num nome familiar, Mario Girotti, mas não o consegui logo identificar. Mas depois reconheci-o imediatamente. Mario Girotti é o nome verdadeiro de Terence Hill, e aquele que ele usou nos primeiros 15 anos de carreira. E sim, continua a trabalhar, com créditos televisivos de 2020.

Classificação: ★★★★★

19:30 • SESSÃO DE ENCERRAMENTO E DE ANÚNCIO DOS PRÉMIOS – “No Man’s Land

 (Esta sessão pode iniciar-se ligeiramente atrasada)

Conor Allyn – 115’ (EUA/México)- P&P- drama, thriller – v.o. leg port | Bilheteira

Um “western” moderno inspirado na vida real dos que vivem nas áreas de ninguém da fronteira entre o México e os Estados Unidos. Numa patrulha com o seu pai, Jackson mata acidentalmente um rapaz mexicano emigrante. Quando o pai tenta ficar com as culpas, Jackson foge para o México a cavalo, tornando-se assim ele próprio num emigrante ilegal. Jackson atravessa o país para pedir perdão ao pai do rapaz morto, acabando por amar a terra que lhe ensinaram a odiar. Com Frank Grillo, uma estrela de acção (“Law & Order, “CSI”) e Andie MacDowell (“Four Weddings and a Funeral”). 

Apreciação: “No Man’s Land” é daqueles filmes que entra de mansinho, parece que vai ser apenas mais um com uma estória igual a tantas outras, mas depois é de um profissionalismo e honestidade desarmantes, que contagiam o espectador e tocam-no. É uma estória de fronteira, entre o México e o Texas (que não é USA, como dizem a dada altura), como muitas que já vimos, mas com um detalhe humano, nas personagens, muito forte, E é exatamente isso que o torna cativante e honesto, e de fácil identificação empática do espectador com as personagens. E que, a espaços, nos leva a ter aquele nózinho na garganta, culpa do excelente elenco, que não tem uma única falha (só podiam dar a Andie MacDowell um pouquinho mais de tempo de antena).

Classificação: ★★★★

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