Confesso que, depois de “Babel“, Alejandro González Iñárritu é daqueles realizadores que já não me despertam grande curiosidade ou ansiedade no acompanhamento da sua obra. O raio do filme era tão pretensioso quanto vazio, o que me irritou ainda mais tendo em conta os seus dois primeiros filmes, “Amores Perros” e “21 Grams“. E não devo ter sido o único, uma vez que o filme terminou com a parceria com Guillermo Arriaga, o escriba dos três filmes. Arriaga, por sua vez, avançou para a realização com “The Burning Plain“, filme bastante interessante e que de certa forma continua com a exploração dos temas dos dois primeiros filmes da dupla. Resta agora a Iñárritu defender a honra com este “Biutiful“, filme que estreou no último Festival de Cannes, dividindo a crítica, excepto num ponto: a interpretação de Javier Bardem, que carrega o filme às costas, tendo mesmo conquistado o prémio para melhor actor do festival. Isso está evidente nos dois primeiros Posters já divulgados: dois grandes planos de Bardem e a referência ao prémio. Posso estar enganado, mas a ver pelos dois trailers (principalmente o primeiro), o filme vai mais pelo caminho existencial e contemplativo de “Babel”, do que pelos conflitos viscerais dos anteriores. Definido como uma estória de amor entre um pai e os seus filhos, de “Biutiful” não se conhece uma storyline que fale do que acontece na narrativa, apenas explorando conceitos que giram à volta da paternidade, da honra ou da mortalidade. Espero sinceramente que o filme vá mais longe do que isso. Fiquem com o segundo poster, divulgado hoje, e os dois trailer, o primeiro conhecido há uns meses, o segundo divulgado ontem…