Esta é a 3ª e última parte da programação da 43ª edição do Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto, a decorrer no Batalha Centro de Cinema de 24 de Fevereiro a 05 de Março. Abaixo poderão conhecer os restantes filmes a ser exibidos na Sala 1. As informações são as fornecidas pela organização do festival. Podem também aceder directamente à bilheteira específica para cada sessão. Depois da exibição dos filmes, podem encontrar aqui a apreciação/crítica e classificação de cada um. Podem também consultar a programação da Sala 2 aqui.
Sessões Fantasporto 2023 neste artigo:
5ª FEIRA, 2 de MARÇO
15.15 • S.O. CURTAS-METRAGENS COMPETIÇÃO C. FANTÁSTICO 2
100’ – v.o. leg. ingl. (A ordem de exibição dos filmes pode não ser a abaixo referida) | Bilheteira
“La Nueva” – Ivan Villamel – 15’ (Esp)
Uma mulher caminha até uma escola de freiras onde vai leccionar em substituição de outra professora. “Que tenha sorte com esses demónios”, diz-lhe a freira que a recebe. Vai-se revelar uma professora muito peculiar com alunos nada normais. Vencedor do Prémio da Melhor Curta no Screamfest de Los Angeles.
“Go with Her” – Che Yu-Shi – 15’41’’ (China/G.B.) – WORLD PREMIÈRE
O confronto entre as emoções humanas e o desenvolvimento tecnológico. Numa estação espacial distante, quatro cientistas tentam descobrir um “chip” que anule as emoções humanas. Quando pensam que estão a chegar ao seu objectivo, tudo muda.
“Stop Dead” – Emily Greenwood – 7’ 56’’ (G.B.) – WORLD PREMIÈRE
Quando uma detective e a sua companheira tentam fazer parar uma rapariga que caminha pela estrada, descobrem que esta é acossada por uma entidade com um ultimato terrível que a obriga a andar.
“Hippocampus” – Vassilis Dimopoulos – 11’ (Gré) – WORLD PREMIÈRE
No futuro, os humanos têm regras e proibições para que o ambiente possa ser ecológico e amigável. Na empresa Talos, um homem tenta relembrar-se das imagens e memórias do seu passado.
“El Umbral” – Javier Carneros Lorenzo – 16’ 09’’ (Esp) – INTERNATIONAL PREMIÈRE
Um jovem casal numa casa normal. Quando o homem sai para trabalhar, a mulher enfrenta a criatura que dorme nas escadas e os perigos que se encontram para lá do umbral da porta do apartamento. Na rua, vultos enroscados em sacos cama, esperam pelo futuro. Selecção do festival de Sitges.
“Kraken” – Pauline Dalifard, Lucie Rico – 14’ 16’’ (Fra)
Um prédio onde todos parecem viver vidas iguais. Pierre descobre que o seu colchão não é como os outros. Claire trata do bebé. E Dolores arranja uma galinha para cozinhar. Três histórias, três variantes do horror.
“Incubus” – Tito Fernandes – 16’45’’ (G.B.)
Uma mulher na barcaça onde vive, é atormentada pelo Medo em pessoa. Premiado com o Prémio do Júri nos festivais de Tóquio, Chicago Horror e Melhor Curta de Horror no Venezia Shorts. O realizador português trabalha em Hollywood e em Inglaterra e participou nos efeitos especiais de “Star Wars – The Force Awakens”, “Interstellar” ou “The Dark Knight”.
17.15 • “About Us But Not About Us“
Jun Robles Lana – 92’ (Filip) – SR/OE – v.o. leg. port. | Bilheteira
Em tempos de pandemia um professor gay encontra-se com um dos seus alunos num restaurante e passam em revista o passado e como as relações humanas mudaram contra o esperado. Os efeitos da pandemia, de como os outros tratam os diferentes, a morte, a vida, a cultura, a honestidade e a mentira, o amor e a traição, contados através de um longo diálogo que reconstitui vidas e tragédias pessoais. O que parece não é num argumento cheio de surpresas. Produzido por Ferdinand Lapuz.
Apreciação: Ainda ontem falei sobre um filme filipino diferente do habitual e eis que não há fome que não dê em fartura. “About Us But Not About Us” é uma maravilha minimalista que tem apenas dois actores e um décor, uma narrativa envolvente e detalhes técnicos e artísticos que o elevam àquela categoria de filmes que nos apetece rever imediatamente para vermos o que nos escapou à primeira. O filme conta a estória de um professor e um aluno do curso de escrita em língua inglesa da faculdade, que se encontram num restaurante para almoçar. E o filme é isso, o almoço, e tem a duração do almoço. Duas pessoas sentadas numa mesa durante 90 minutos (esse tempo é-nos dito pelo empregado no início, e o contexto é a Covid-19). Ora, aquilo que à partida seriam hora e meia de seca, com duas pessoas a uma mesa, desenvolve num intrigante mistério que envolve um terceiro elemento que aparece na conversa por intermédio dos dois protagonistas, num exercício de estilo muito simples, eficaz e original. Durante as várias fases que a conversa tem, há uma meticulosa mise en scène que vai variando consoante o tom da conversa vai evoluindo, desde os movimentos de câmara, os enquadramentos (há toda uma secção da conversa em planos-holandeses, que dá uma dimensão e tensão extras), o uso da música e os pequenos pormenores que acrescentam uma camada extra. Só para dar um exemplo, quase no fim do filme notei que, na parede de cada lado da janela que enquadra a mesa, existe um pequeno espelho. No do lado esquerdo vemos um casal a almoçar noutra mesa, no do lado direito vemos uma estante repleta de livros que, penso eu, nunca se vê de outra forma durante o filme e que é ilustrativa daquilo que sustenta o mistério da narrativa. É por isso que “About Us But Not About Us” é um filme delicioso, cheio de nuances e surpresas, pormenores enriquecedores que demonstram um cuidado extra (mas não supérfluo) com a envolvente e humana narrativa, num contexto actual de direitos LGBT e Covid-19 que a tornam ainda mais relevante.
Classificação: ★★★★½
19.15 • “Kaymak“
Milcho Manchevski – 107’ (Din/Hol/ Croá/ Mac. Norte) SR – v.o. leg. port. | Bilheteira
Retratos da vida quotidiana e dos extremos a que pode chegar e uma história de amor irreverente e comovedora que esconde problemas mais profundos. A mulher rica que quer um filho, a amante que deseja mais, o guarda que encontra a felicidade, a deficiente que vai para a cidade e conhece outros modos de vida. Ou, como diz o realizador, dois casais são decentes no início e felizes no fim. Mais um exemplo do grande cinema de Milcho Manchevski, vencedor do Festival de Veneza e já homenageado no Fantasporto.
Apreciação: O veterano Milcho Manchevski regressa ao Fantasporto com um filme que eu não sei se é uma comédia dramática ou um drama cómico, mas também não interessa. O filme vai alternado entre a comédia de costumes e o drama familiar com extrema facilidade e desenvoltura, criando momentos tensos e emotivos e outros de grande comicidade. Suportada por um excelente elenco, a narrativa é fluída e desenvolta quando tem de ser, para deixar respirar a tensão ou a gargalhada. Mais uma vez Manchevski cria momentos de grande beleza emocional e plástica, com uma belíssima fotografia que consegue manter a unidade formal, quer esteja no registo cómico ou dramático. O resultado é um filme extremamente humano e bonito, mas também sincero e crú. Realista, portanto.
Classificação: ★★★★★
21.15 • “Immersion“
Takashi Shimizu – 117’ (Jap) – CF/OE – WORLD PREMIÈRE – v. o. leg. port. | Bilheteira
Numa ilha do sul, Tomohiko Kataoka, um programador, trabalha no desenvolvimento da tecnologia da realidade virtual e da neurociência. Num portal vermelho descobre barulhos que tomam a forma de uma pessoa no mundo virtual. Assim, fica ligada a esta realidade e também a um espírito vingativo, Imajo, que amaldiçoa a ilha e mata as pessoas numa série de mortes violentas por afogamento. Mais uma ideia original do mestre do horror japonês, realizador de “The Grudge” e “Suicide Forest Village”, vencedor do Fantasporto em 2021.
Apreciação: Shimizu ganhou o grande prémio do Fantasporto há dois anos com um filme que não o merecia (“Post–Mortem” era bem melhor), voltou o ano passado com um filme que merecia ter tido melhor sorte no palmarés, e regressa este ano com aquele que, para mim, é o pior dos três. “Immersion” tem uma estória de terror simples e linear, já vista muitas vezes, que Shimizu quer mascarar de actual e até futurista criando uma storyline principal com realidade virtual que simplesmente não cola com o tema de fundo. Há demasiadas incongruências formais e narrativas durante todo o filme que impedem que ele se agarre ao espectador e o envolva emocionalmente. A parte de ficção cientifica nunca parece muito inovadora ou credível, e a parte de terror tem demasiados clichés que o impedem de ser assustador. Em último caso, “Immersion” só contribui para que a representação japonesa nesta edição do Fantas seja uma das mais fracas dos últimos anos.
Classificação: ★★★★★
6ª FEIRA, 3 de MARÇO
15.15 • “Já Nada Sei“
Luís Diogo – 93’ (Port) – PCP – FORA COMPETIÇÃO – v.o. port. | Bilheteira
Todas as histórias de amor têm uma versão a cores e outra a preto e branco. Um homem quer separar-se da mulher com quem vive há 12 anos. Mas não se decidindo a dizer-lhe, vai pedindo conselhos e relembra o que outros lhe disseram sobre o relacionamento num casal. Por ironia, são os dois escolhidos para serem entrevistados como um par modelo. Encetam, então, um percurso difícil. Premiado já como Melhor Filme no Festival de Alexandria, no Lifft Festival na Índia e no Treasure Coast Film Festival nos Estados Unidos.
Apreciação: Este é o terceiro Filme de Luís Diogo, e o terceiro a estrear no Fantasporto. E confirma aquilo que eu já disse em relação aos filmes anteriores, Diogo é melhor a escrever para si do que para os outros (embora o único termo de comparação seja “Gelo“, de Luís & Gonçalo Galvão Teles, também estreado no Fantas). O problema é que eu gosto mais dos guiões dele do que dos filmes dele (à excepção do primeiro, “Pecado Fatal“, por culpa da Sara Barros Leitão). E não estou a desfazer, “Já Nada Sei” não é um mau filme, mas fica novamente a sensação de que faltaram meios para que o filme estivesse à altura do guião. A premissa é interessante, os diálogos são maioritariamente bem escritos, mas fica novamente a ideia de que os actores, na sua maioria, estão demasiado preocupados com o texto e em declamá-lo do que a interpretá-lo. E há um outro problema que detectei aqui, que foi a falta de som ambiente. Não se percebe se o filme está inacabado, se foi incompetência ou opção, mas cenas que se passam em sítios movimentados como restaurantes ou ar livre e apenas se ouve a voz das personagens como se estivessem num estúdio (ou a música) distraem o espectador, porque são estranhas sem que se perceba o porquê. Apesar disso, “Já Nada Sei” é mais um filme interessante do Luís Diogo, e faço votos para que o orçamento do próximo filme seja cinematográfico e não televisivo.
Classificação: ★★★★★
17.15 • “Darklands“
Julian Richards – 85’ – 1996 (G.B.) – FANTASCLASSICS – HOMENAGEM 25 ANOS (Cópia restaurada 4K) – v.o. leg. port. | Bilheteira
A força dos rituais pagãos celtas perdura na memória do País de Gales. Com as minas a fechar e o desemprego a crescer, um jornalista, Frazer, envolve-se com uma estagiária do seu jornal cujo irmão tinha sido morto em circunstâncias estranhas. As investigações do caso levam-no a suspeitar de um industrial com ambições políticas. Atraído para um conjunto de rituais pagãos, participa num deles.
Entre os actores do filme está Jon Finch que actuou em “Frenzy” de Hitchcock e mais tarde em “Kingdom of Heaven” de Ridley Scott. No Fantasporto, “Darklands” foi Prémio da Crítica em 1997, tendo vencido também o de Melhor Argumento e Prémio Especial do Júri de Cinema Fantástico. Ganha ainda o Melhor Filme no Festival of Fantastic Films no Reino Unido e o Silver Award no WorldFest Houston nos EUA. O realizador trabalhou para Steven Spielberg e é conhecido por “The Last Horror Movie” (2003), Meliès D’Argent para o Melhor Filme Fantástico Europeu. É também Prémio de Carreira do Fantasporto.
Apreciação: Julian Richards faz parte da mobília do Fantas, e regressa com um filme estreado no Teatro Carlos Alberto há 25 anos. Confesso que não o conhecia, e fiquei agradavelmente surpreendido, por ser o filme que mais gostei dele e aquele que acho mais competente (da cerca de meia dúzia que vi). Aquilo que me parece, é que Richards aqui ainda encarava este oficio como arte e não como um negócio. E não estou a fazer juízo de valor, estou a falar do efeito que isso tem no produto final. “Darklands” é mais cuidado, mais paciente com a narrativa, mais criativo visualmente, e com o argumento mais verosímil (lembro-me particularmente do que escrevi acerca de “Daddy’s Girl“, estreado no Fantasporto 2019). Acima de tudo, e tendo em conta tudo o que vimos nesta edição, “Darklands” sobreviveu bem ao tempo e, não fosse a estética (principalmente o guarda roupa), não está nada datado.
Classificação: ★★★½★
19.15 • “Mute Witness“
Anthony Waller – 95’ (G.B.) – FANTASCLASSICS – HOMENAGEM – (cópia restaurada 4K) v.o. leg. port. | Bilheteira
Versão restaurada do filme clássico de Anthony Waller, estreado originalmente em 1995. Uma técnica de maquilhagem e efeitos especiais de nome Billy, é muda e trabalha na rodagem de um filme de terror na Rússia. Uma noite fica trancada inadvertidamente no estúdio. Ao procurar uma saída, dá de frente com a filmagem de um “snuff movie” em que a vítima pensa estar a fazer um filme pornográfico e acaba morta em frente às câmaras. Rapidamente descoberta, vai travar uma luta desigual com os assassinos russos. Com Alec Guiness no papel de The Reaper. Filme vencedor do Prémio Especial do Júri do Festival de Gérardmer em 1998.
Apreciação: Este filme prova a relevância da secção Fantas Classics. Não o conhecia (de Waller só tinha visto “An American Werewolf In Paris“, de que só me lembro da Julie Delpy e do salto de bungee jumping da Torre Eiffell), e tornou-se instantaneamente um dos meus thrillers preferidos da década de 90. Tem um suspense de cortar à faca, é muito bem realizado, principalmente nas cenas mais tensas, com uma fotografia e bandas sonoras sublimes. Tudo aqui funciona na perfeição, do argumento às interpretações, ao ritmo narrativo, ao filme dentro do filme que força a perspectiva sensorial da narrativa. A única coisa que tenho a referir que me causou estranheza (e também me faz querer ver o filme novamente), é o momento em que o humor que vai pontuando o filme se torna mais proeminente, o climax do terceiro acto. Depois de estar em tensão ao longo de todo o filme não pensei que me fosse rir tanto ali. É um filme fundamental para quem gosta do género e foi fascinante descobri-lo assim.
Classificação: ★★★★½
21.15 • “The Goldsmith” / “L’Órafo“
Vincenzo Ricchiuto 89’ (Itá) – CF/FC – v. o. leg. port. | Bilheteira
Quando uns jovens delinquentes assaltam a casa de um ourives e da sua mulher, já idosos, o que parecia fácil torna-se numa luta pela sobrevivência. As vítimas tornam-se algozes na boa tradição do cinema Italiano de horror, agora com uso de tecnologia e reviravoltas constantes e inesperadas no argumento. Filme seleccionado para o Terror in the Bay Film Festival. Primeira longa-metragem do realizador.
Apreciação: Personagens interessantes, narrativa inteligente e envolvente, boas interpretações e, principalmente, clichés do género muito bem mascarados. Não se pode pedir muito mais nesta reta final do Fantas.
Classificação: ★★★½★
23.00 • “Lagunas, La Guarida del Diablo“
Marc Carreté – 116’ (Esp) – CF/FC – v. o. leg. port. | Bilheteira
A vida de Josué roda à volta da velha mercearia que herdou do pai e tomar conta do seu irmão louco que tem de manter fechado em casa. A ida ao bar e a sua amizade com uma mulher da vida, Abigail, são as suas únicas válvulas de escape. Mas as rotinas de Josué são abaladas quando o irmão foge de casa. Josué vai tentar apagar o rasto assassino do irmão, mas a perversa realidade dos acontecimentos vai virar a sua existência e obrigá-lo a enfrentar o seu macabro destino. O realizador é conhecido por “Asmodexia” (2014), a sua primeira longa-metragem apresentada no Fantasporto, e “After the Lethargy” (2018).
Apreciação: Já este “Lagunas”, tem os clichés todos à mostra, mas não deixa de ser um filme interessante, principalmente pela grande prestação da dupla de protagonistas. Carreté é competente na gestão da narrativa e o filme vê-se bem, mas as voltas do argumento são previsíveis, apesar dos diálogos serem competentes na alimentação do interesse do espectador.
Classificação: ★★½★★
SÁBADO, 4 de MARÇO
15:15 • “Melchior the Apothecary“
Elmo Nüganen – 100’ (Estonia, Letónia, Lituânia, Alem) – CF/FC – v.o. leg. port. | Bilheteira
Uma grande produção de um dos mais renomados encenadores da Estónia, num verdadeiro fresco da vida no final da idade Média. Em Tallinn, no século XV, o boticário é o único que resolve, com os seus conhecimentos, os crimes da cidade. O xerife da cidade pede ajuda ao Boticário Melchior, misto de médico e polícia, para o ajudar a resolver uma série de assassínios. Com a ajuda de um aprendiz que chegou de fora, Melchior vai tentar ver os factos que apontam para o criminoso.
Apreciação: Havia qualquer coisa nos posters desta série de filmes que não me inspirava muita confiança, mas a verdade é que “Melchior the Apothecary” é uma belíssima produção da Estónia, país de que não conhecia praticamente nada (apenas a filmografia de Tanel Toom, nomeado ao Óscar que conheci noutro festival). Baseados numa série de livros do estilo de Sherlock Holmes ou Agatha Christie, whodunits portanto, são filmes interessantes e bem construídos, que não pretendem mais do que contar uma boa estória, com personagens fortes, não descurando os aspectos técnico e artístico. E é aqui que os filmes impressionam, com uma reconstituição da época medieval primorosa, excelente fotografia e belíssimas interpretações de um grande e diversificado elenco. Não pretendem inventar a roda, nem mudar a vida de ninguém, mas apenas ser um divertimento sério, consistente e reconfortante. E são.
Classificação: ★★★½★
17.15 • “Melchior the Apothecary: The Ghost“
Elmo Nüganen – 90’- (Estonia, Letónia, Lituânia, Alem) – CF/FC – v.o. leg. port. | Bilheteira
Com histórias independentes, esta trilogia de Elmo Nüganen apresenta o 2º episódio. Melchior descobre a verdadeira identidade do aprendiz. Entretanto, há um fantasma à solta na cidade. Com a chegada da Inquisição, Melchior tem de caminhar pela linha estreita da verdade científica e a nuvem da superstição. Uma belíssima história de amor, com Melchior a ter de enfrentar os ataques dos recém-chegados ao mesmo tempo que tentar salvar os inocentes.
Apreciação: A sequela do filme anterior, que é mais do mesmo mas mantendo a consistência e qualidade do original, faz avançar a estória pessoal dos personagens enquanto Melchior resolve um novo crime.
Classificação: ★★★½★
19.15 • “Melchior the Apothecary: The Executioner’s Daughter“
Elmo Nüganen – 93’ (Estonia, Letónia, Lituânia, Alem) – CF/FC – v.o. leg. port. | Bilheteira
O 3º episódio e final da saga Melchior, o Boticário. Melchior recebe em sua casa um homem que tentaram matar. Continuando a sua missão como ajudante do xerife da cidade, tenta descobrir quem oprime a cidade ao mesmo tempo que tenta proteger a mulher quer ama e neutralizar a Inquisição. Como realizador de cinema foi já responsável, entre outras, pelas longas-metragens “Names in Marble” (2013), “Mushrooming” (2012), “Purge” (2012) e “1944” (2015) que foi o candidato da Estónia aos Óscares.
Apreciação: A última parte da trilogia é a mais negra, com opções narrativas que não são comuns em filmes deste género. Qualidade muito alta, à semelhança dos anteriores.
Classificação: ★★★★★
O trailer para este filme não está disponível.
21.15 • SESSÃO OFICIAL DE ENCERRAMENTO e de ENTREGA DE PRÉMIOS – “Once Upon a Time in the Future: 2121“
Serpii Altin – 91’ (Turq) – CF/FC – v. o. leg. port. | Bilheteira
No futuro, a terra é inabitável devido às alterações climáticas. De acordo com a Lei da Escassez, a água, a comida e todos os aspectos da vida são vigiados pelo sistema. Uma família espera um filho e para que ele viva, é preciso que a antiga geração morra. Uma versão livre turca de “1984” de Orwell. Selecção dos festivais de St. Louis e Lusca. 1ª longa-metragem da realizadora turca, a primeira mulher a abordar a ficção científica no país. Os seus filmes “The Holiday Gift” (2014) e “Learning How to Swim” (2017) foram já premiados em festivais.
Apreciação: Filme de ficção cientifica turco, credível e competente nos meios, mas cuja premissa é mais interessante que o seu desenvolvimento. 91 Minutos não parece muito, mas o filme arrasta-se durante uma boa meia hora, em que nos tenta explicar as rotinas e condições em que vive esta família no futuro, mas a partir de dada altura já só queremos que o filme avance para a parte dos conflitos, que acaba por não ser tão intensa quanto o filme pedia. É interessante, pela ideia e pelo arrojo de fazer algo assim nesta cinematografia, mas o resultado acaba por ser mediado e inconsequente.
Classificação: ★★½★★
Que filmes estão a pensar ir ver nesta edição do Fantasporto, e qual vos chama mais a atenção?