Fantasporto 2012, Dia 4 – “Zombie Ass” e “Life In One Day”.

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O meu quarto dia (o último do período pré-Fantas) passou-se na totalidade no pequeno auditório do Rivoli, com dois filmes relativamente desinteressantes. Antes de mais, uma pequena nota para a aparente falta de organização deste Fantasporto 2012. Os portadores de livres-trânsito e acreditações de imprensa são impedidos de entrar na sala antes do filme estar já a decorrer, para o caso da sala encher. Foi-nos dito que, para evitar isto, é necessário ir ao secretariado do Festival levantar um bilhete para os portadores de acreditações. O facto é que o dito secretariado encerra às 19h00, ou seja, durante o período em que o festival tem realmente afluência, não há ninguém da organização para resolver quaisquer pequenos percalços que possam acontecer. Já tinha acontecido o mesmo no dia anterior, mas ontem esta regra revelou-se ainda mais ridícula. Ao chegar ao Rivoli em cima da hora, dirigi-me ao pequeno auditório, entrei mostrando a acreditação e, reparando que não estavam ainda os colegas acreditados e portadores de livre-trânsito do costume, voltei a sair para os procurar. Voltando à sala 5 minutos depois já acompanhado, foi-nos negada a entrada com a referida desculpa, mesmo tendo eu dito que tinha acabado de estar lá dentro. Só depois de começado o filme nos deixaram entrar e, qual não foi o nosso espanto quando reparamos que, nas duas últimas filas reservadas para acreditações e júri estavam apenas duas pessoas. Não havia necessidade, e deixa uma má imagem da (des)organização. Hoje, quando o festival arranca a sério, esperemos que este tipo de peripécia já não aconteça.

Mas vamos aos filmes…

Zombie Ass” é a última alucinação de Noboru Iguchi, realizador já bem conhecido do Fantas que aqui nos traz um filme demente e muito, muito escatológico, bem ao gosto do público do festival. No entanto, do ponto de vista cinematográfico, “Zombie Ass” é praticamente nulo, apesar do argumento ganhar um ponto pela imaginação. Efeitos especiais pouco credíveis, actores básicos e piadas escatológicas de nível do ensino básico, arrancaram, mesmo assim, gargalhadas ao público. Num ano em que Ed Wood é alvo de retrospectiva, chega-nos um filme actual que ombreia com os clássicos do pior realizador de sempre. Para o público do Fantas.

Classificação: 1/5

Poderão ainda ver ou rever “Zombie Ass” na próxima quinta feira, dia 1 de Março às 01h15 no grande auditório e no sábado, dia 3 de Março às 01h00,  no pequeno auditório do Rivoli.

O segundo filme da noite foi “Life In One Day“, do holandês Mark de Cloe, que apesar de ter uma boa premissa, resulta num filme inconsequente e algo dispensável. Num mundo em que a vida dura um dia, do amanhecer ao pôr-do-sol, e todas as experiências são vividas apenas uma vez, um casal de apaixonados vai fazer de tudo para ser condenado ao inferno, uma outra realidade em que experiências como o amor são repetidas dia após dia. Esta boa ideia acaba por resultar bem apenas no papel, uma vez que as inverosimilhanças da estória são demasiado evidentes no decorrer da narrativa. Apesar de tecnicamente competente, grande parte do filme desenrola-se em split screen, o que se torna cansativo e prejudica a atenção do espectador. Apesar de tudo, e porque andam por aqui boas ideias e muito romantismo, o filme acaba por não ser totalmente dispensável.

Classificação: 2/5

Poderão ainda ver ou rever “Life In One Day” no sábado, dia 25 de Fevereiro às 19h00 no grande  auditório do Rivoli.

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