Ao sétimo dia do Fantas, apenas vi um filme, devido ao facto da sessão se ter prolongado demasiado devido a problemas técnicos e ser noite de Óscares.
“Hotel Lux” foi apresentado pelo seu realizador, Leander Haußmann, que fez questão de, entre outras coisas, sublinhar que o filme era uma comédia. Mais valia ter estado calado, pois apesar de ter uma storyline engraçada e algumas piadas conseguidas, o filme cedo se deixa levar pelo drama de uma época que não permitia grandes liberdades e condicionava os amores.
Em 1938, Hans Zeisig é um comediante e actor de cabaret sem ideologia politica que tem de deixar Berlim com um passaporte falso, instalando-se no Hotel Lux em Moscovo, onde é confundido com o astrólogo de Hitler e pretendido por Lenine. Lá reencontra Frida e Meyer , comunistas convictos e juntos vivem uma aventura que os coloca entre a vida e a morte.
Até certo ponto, o humor da storyline aguenta bem a narrativa, mas depois cansa quando ela se torna mais séria. O filme torna-se um emaranhado de situações e personagens que Haußmann parece não ter capacidade de gerir, dispersando-se em situações que se vão tornando menos engraçadas e personagens pouco interessantes a ter demasiado peso na narrativa.
No entanto, tecnicamente o filme, que foi um dos mais caros filmes alemães de sempre, é muito bem conseguido, quer pela reconstituição de época perfeita, quer pela fotografia e banda sonora competentes, que tornam o seu visionamento suportável e minimamente satisfatório. O elenco é esforçado e merecia ter tido melhor sorte com o argumento.
Resumindo, “Hotel Lux” é um filme mediano, que podia ter tirado melhor partido de um momento marcante na história, mas que nunca se desprende da tentativa falhada de ser engraçado, desperdiçando os excelentes valores de produção que tinha ao seu dispor.
Classificação: 2.5/5