Lá em cima, na apresentação deste blog e deste seu autor, além de alguns dos meus hobbies, pode ler-se que pontualmente poderá também servir para divulgar o meu trabalho criativo. Agora, cerca de um mês depois do blog estar a funcionar, dou aqui início a essa divulgação. E por várias razões: A 1ª delas é que qualquer trabalho criativo só existe a partir do momento em que tem público. E a 2ª razão é mais prática: Apesar de já ter mostrado o meu trabalho a vários amigos e conhecidos, expô-lo a “público” desconhecido ainda não se proporcionou. Nesse sentido, este “abrir de alma” só fará sentido com a vossa participação, através de comentários, críticas, propostas, etc. Mas sobretudo, através do feedback que é sempre necessário para que eu possa fazer uma avaliação objectiva dos meus objectivos enquanto criador.
Posto isto, resolvi começar esta divulgação com uma letra para uma canção. Escrita há pouco mais de dois anos, e ainda não musicada pela banda de que faço parte (espero um dia poder vir a ser oportuno divulgar aqui algo mais concreto), é de todas as que escrevi uma das que mais satisfação me deu. Não explicar aquilo que lá está escrito, mas antes fazer uma observação acerca da sua estrutura. É uma letra para uma canção com ritmo constante e melodia ciclíca, composta por conjuntos de quadra + refrão, em que este vai mudando após cada versa. É um puro exercício de estilo (que será musicado num dos próximos ensaios) Quanto ao conteudo, a palavra é vossa. Façam o favor de dizer de vossa justiça…
Visões
Letra: Pedro Afonso
Olha para o céu lá em baixo
Roxo como um limão
Junto aos pés de um perneta
Amputado por um beijo são
São as minhas visões claras
Deformadas pelo tédio
São as impressões raras
De quem não consegue ser sério
Olha o clarão escuro do riso
Silencioso como um trovão
Saindo de um estômago vazio
Depois da gula e do perdão
São as minhas visões planas
Deformadas pelo ódio
São as impressões insanas
De quem não consegue ser óbvio
Olha a sede de quem se afoga
Num mar deserto de desejo e vida
À vista de seios azuis rugosos
Vazios de esperança sentida
São as minhas visões sérias
Deformadas pelo horror
São as impressões ousadas
De quem não consegue amor
Olha a cura dos sãos de mentes
À deriva sob destino traçado
Do acordar da morte existente
Num parto com óbito marcado
São visões de poeta e louco
Livre prisioneiro da fé
Que um dia ao partir sente
Que ao morrer morre de pé
Fico feliz por ter tido a honra de ler algo teu!
Espero sinceramente que o teu trabalho seja reconhecido. Na minha humilde opinião, tens talento. Continua a trabalhar e a ter esperança. O que é teu, á tua mão virá ter…
Quanto á letra…acho-a forte, com personalidade e traço do autor.
Muito obrigado pelo teu generoso comentário.
Beijinhos
Espero que possa via a partilhar essa tua letra com a minha guitarra.
Não sei como mas não conhecia esta letra.Acho que deve ser das melhores ate agora escrita por ti.
Abraços.