Sugestões para o Halloween 2017 no Netflix.

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Chegou a altura do ano em que vos faço algumas recomendações para o Halloween. Desta vez, e porque o Netflix se tem tornado uma plataforma cada vez mais popular e bem recheada, todas as sugestões que vos trago estão lá disponíveis. São todos de terror, mas de categorias diferentes, numa tentiva de ter sugestões para todos os gostos. Sem mais demora, aqui ficam os filmes que, na minha opinião, serão boas escolhas para este Halloween…

“1922”

Adaptado de um conto de Stephen King, autor muito em voga por estes dias (como se poderá ver mais adiante), “1922” é um interessante thriller de terror psicológico, em que um homem convence o filho a assassinar a sua esposa, tendo os dois depois de lidar com o peso dessa decisão. Realizado por Zak Hilditch, conta no elenco com Thomas Jane (naquela que provavelmente é a sua melhor interpretação), Molly Parker e Dylan Schmid. “1922” é um filme tenso, bem estruturado e inquietante, mas que perde fulgor no terceiro acto, não encontrando solução para o labirinto psicológico em que se mete. Vale pela reconstituição de época, pela solidez do elenco e pela inquietação que condimenta toda a narrativa.

Classificação: 3.5/5

 “Gerald’s Game”

Também baseado em Stephen King, desta vez num romance que ninguém pensava que fosse possível adaptar, e também um original Netflix, “Gerald’s Game” é mais um thriller psicológico bem ao jeito de King, adaptado por um realizador que quem costuma seguir estas minhas sugestões para o Halloween também já conhece, Mike Flanagan. Depois de “Hush” e “Before I Wake“, que vos sugeri o ano passado, Flanagan volta a mostrar que é um dos mais talentosos, criativos e subestimados realizadores da actualidade. Um casal retira-se para a casa de campo para passar um fim de semana escaldante, que esperam lhes devolva a chama que o casamento já não tem, mas o marido morre durante os preliminares, deixando a mulher algemada à cama e vulnerável à fome, sede e indesejáveis visitantes. Flanagan conta com um elenco de luxo, encabeçado por Carla Gugino e Bruce Greenwood em duas corajosas e sólidas interpretações, e Carel Struycken, uma cara que certamente vos será familiar. “Gerald’s Game” volta ao tema de “Misery“, alguém preso a uma cama, vulnerável,  tendo que reagir face a uma ameaça, mas aqui as raízes psicológicas conseguem ir ainda mais fundo e desenhar um misterioso jogo em que realidade e delírio se misturam num curioso estudo psicológico e humano. O final volta a ser o ponto fraco, quando as soluções da trama nos são despejadas apressadamente por uma voz off que aparece do nada, mas “Gerald’s Game” é um competente e intenso thriller, realizado com mestria e precisão, temperado com algum sadismo e, sobretudo, inteligência.

Classificação: 4/5

 “The Girl With All The Gifts”

Mudamos agora de tema, para um dos mais originais e interessantes filmes de zombies dos últimos tempos, “The Girl With All The Gifts“. Quando um virús transforma a humanidade numa espécie de zombies assassinos, um grupo de sobreviventes tenta escapar e proteger Melanie, uma menina que pode ser a resposta para encontrar a cura. Para quem gosta do género, encontra aqui uma refrescante abordagem, com uma perspectiva original e ecologista, e uma tentativa de, ao contrário da maioria dos filmes do género, fornecer razões e soluções para a epidemia. Realizado por Colm McCarthy, conta no elenco com caras conhecidas como Gemma Arterton, Paddy Considine e Glenn Close, mas é na estreante Sennia Nanua que reside a força do filme. “The Girl With All The Gifts” é lento e envolvente, com excelentes sequências de acção e atmosfera tensa até ao inquietante final.

Classificação: 4.5/5

 “Hellions”

Sugiro-vos agora um típico filme de Halloween, cuja acção se passa na noite de 31 de Outubro, e que eu tive oportunidade de ver em sala, no Fantasporto 2016. Sozinha em casa na noite das bruxas, uma jovem grávida de 17 anos terá de lidar com um grupo de jovens que a atormentam ao longo da noite. “Hellions” é um filme independente canadiano, de baixo orçamento, mas que consegue ser bastante eficaz na sua pretenção, de assustar e divertir, entregando pormenores interessantes que tornam este filme bastante competente e satisfatório. Um desses pormenores é a música, com um tema absolutamente inquietante que lhe dá atmosfera e densidade. Da ficha técnica, ressalta o nome de Robert Patrick, na pele do sheriff que vai tentar ajudar a jovem a sobreviver.

Classificação:3/5

 “The Babysitter”

 E porque comédias de terror são excelentes para a noite das bruxas, especialmente se a passarmos com amigos, sugiro-vos agora outro original Netflix, “The Babysitter“. Cole tem um fraquinho pela sua babysitter, e resolve ficar acordado até tarde, para ver o que ela fica a fazer depois de ele adormecer. Com realização de McG, “The Babysitter” resulta num filme despretensioso , competente, mas sem chama, e cujos momentos de humor ajudam a tornar minimamente interessante e suportável. Vale por esse humor e pelos momentos gore bem concebidos.

Classificação:2.5/5

“Scouts Guide to the Zombie Apocalypse”

Ainda na comédia de terror, “Scouts Guide to the Zombie Apocalypse” é um título ainda mais irreverente que “The Babysitter”, com um humor muito mais politicamente incorrecto e que acaba por resultar num divertimento bem mais interessante. O título é auto-explicativo, estamos num apocalipse zombie com um grupo de escuteiros a pôr em prática as suas técnicas para tentar sobreviver. Muito gore, muito humor (muito) negro, num filme competente que cumpre aquilo que promete: náuseas e divertimento.

Classificação: 3.5/5

 “Night Of The Living Dead” (1990)

Por último, um clássico. Porque recentemente perdemos George A. Romero, e porque o Netflix não tem o título original, sugiro-lhes o remake de “Night Of The Living Dead”, realizado por Tom Savivi em 1990, com a participação do mestre como produtor executivo e argumentista. Normalmente sou contra os remakes directos de filmes de culto, mas neste caso o resultado é uma actualização pertinente do filme de zombies original, com um visual mais apelativo, bons efeitos especiais, mas o mesmo espírito campy que o caracteriza. Savini mexe muito pouco no filme de Romero, mas o suficiente para lhe dar mais contexto social (o que já acontecia nas sequelas de Romero, filmadas antes deste remake), actualizando a saga com uma entrada mais coerente e tornando-a mais homogénea. Não retira a obrigação de ver o original (que podem encontrar no youtube, por exemplo), mas é um filme essencial para quem quer fazer o pleno da saga.

Classificação:4/5

 E são estas as minhas sugestões para o vosso Halloween. Tentei evitar o óbvio, títulos talvez mais apropriados mas que todos conhecem e dispensam ser sugeridos (como um certo filme de animação de Tim Burton, recentemente adicionado ao catálogo). Alguns dos filmes que sugeri em anos anteriores também já estão disponíveis na plataforma, podem passar os olhos aqui e aqui. Espero que gostem.

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